ZFE: Perrin-Gilbert lamenta debate sobrecarregado pela "moralidade" dos ambientalistas

A candidata às eleições municipais apresentou nesta quarta-feira suas primeiras medidas para melhorar a questão da mobilidade e deixar de ser apenas carro e passar a ser apenas bicicleta.
Na ZFE, Nathalie Perrin-Gilbert está matando dois coelhos com uma cajadada só em uma campanha municipal que lançou com a necessidade de se diferenciar dos ambientalistas e dos Inoumis. "A questão vale mais do que manobras políticas, merece mais do que disputas nas redes sociais com contestações remotas. Não quero me envolver nesse jogo, mas sim apresentar uma posição bem construída", diz ela no preâmbulo, referindo-se às trocas de farpas entre Anaïs Belouassa, deputada Inoumis por Lyon, e a dupla Doucet-Bernard.
Ela descarta os dois partidos que, juntamente com os socialistas, compõem o governo de Lyon e da metrópole. A ex-deputada pela cultura considera a ferramenta ZFE relevante em questões de saúde pública, ao mesmo tempo que denuncia o método dos ambientalistas. “ Acender uma bandeira vermelha significa evitar olhar para o problema como um todo. Não devemos nos concentrar na ferramenta. Podemos mantê-la, mas vamos adaptá-la. Se for socialmente injusta, precisamos revisá-la. Todos deveríamos estar mobilizados para combater a poluição e a saúde pública, mas estamos chegando a impasses porque nos atolamos nos debates errados. Sim, precisamos de uma transição ecológica, mas ela não deve depender apenas de indivíduos. Ela deve ser acompanhada de políticas públicas. Em Lyon, temos um prefeito que assumiu uma posição moral. Não há bons e maus moradores, mas a necessidade de construir um novo modelo de cidades. Se o assunto é tão polêmico, é porque escolhemos o campo errado”, analisa.
A candidata em campanha acredita que pode contornar o problema da ZFE se afastando do debate carro versus bicicleta, que considera inútil. Assim como em 2020, ela está colocando o transporte público gratuito de volta à mesa. Ou melhor, o caminho para o transporte público gratuito. Se vencer em 2026, oferecerá assinaturas da TCL para maiores de 65 anos. Ela também quer experimentar viagens gratuitas nos fins de semana de dezembro e durante picos de poluição ou ondas de calor. Ela promete reiniciar a construção de estacionamentos com a meta de 2.500 vagas até 2030. Como já havia anunciado, também estabelecerá uma moratória nas ruas de Lyon se for eleita prefeita de Lyon: "Os ambientalistas estão muito na linha anticarro e pró-bicicleta. Uma política de mobilidade não pode se limitar a isso."
Nathalie Perrin-Gilbert também lista as consequências de um mandato disruptivo em matéria de mobilidade: "Estamos caminhando para uma cidade de autossuficiência para pessoas de 25 a 45 anos. Haverá aqueles com bom capital social e, ao lado disso, caridade para os pobres. Quero restaurar a diversidade. Hoje, não temos mais ASTEMS, cuidadores de crianças ou auxiliares de enfermagem em casas de repouso, porque eles não têm mais condições de viver em Lyon e agora de vir para cá." Embora Nathalie Perrin-Gilbert tenha iniciado seu mandato com a maioria na Cidade e na Metrópole, ela claramente o termina às portas da oposição.
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